Ruth nunca se encaixou em nenhum talento. Se sentia bem quando era pequena. Naquele tempo, a garotinha desenhava o que queria, escrevia o que queria e fazia o que queria, sem pensae nos outros. Hoje, Ruth não consegue mais atravessar as barreiras dos outros. Tudo o que ela faz, os outros enchergam defeitos, vêem maldade e acham feio. Não abalava Ruth até ontem. Mas parece que quanto mais a menina cresce, mais fica sensivel. Seu moinho que estava acostumado a rodas com o vento, agora já não suporta mais sua força. E a cada dia os sopros ficam mais fortes. O moinho de Ruth não é forte o suficiente. Ela quer seguir em frente, quer fazer um muro maior. Mas o vento vem de cima, e é impossivel segura-lo. O que está deixando Ruth mal agora, é que ela se esforçou muito para achar uma habilidade. Passou por tudo. E agora acha que encontrou. Ruth gosta de fotos. Quer ser modelo, quer fotografar. Mas infelismente, ou é um ou é outro. O problema do fotografo é que ele não leva credito pela foto. Quem leva é a modelo.
Esses dias Ruth pegou um livro de fotografia da estante e foi observar. Quando o fotografo fotografa paisagens, as pessoas dizem "Nossa, você é um fotografo ótimo". Mas quando Ruth pega uma revista e vê uma foto de uma garota, até ela diz "Nossa, como essa modelo modela bem!". Só que a modelo, nas mãos de um fotografo, é uma boneca. Quem a deixa bonita é o fotografo, o maquiador, o figurinista. Mas ninguém vê. Vêem a manequim que foi fotografada.
Ela queria seguir com essa carreira, mas não suporta o anonimato e a falta de crédito. Seu inconciente diz "Acho melhor Ruth, você matar esse prazer. Senão esse prazer vai te matar antes no escuro."
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